quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bêbado


Vivo como clandestino,
perdido em meu destino,
qual um menino
ainda pequenino.

Na vida da amargura
onde a dor perdura,
a bebida é candura
remédio pra minha cura.

Nas estradas da vida,
sem volta nem ida
mendigando comida
com uma história perdida.

Levo comigo um violão
a voz rouca, uma canção,
eis meu ganha pão,
meu nome é solidão.

Fui menor abandonado
um menino sem passado.
Na vida um marginalizado,
na história um fracassado.

Meu pai faleceu,
minha mãe desapareceu,
fui deixado nas mãos de Deus
em frente a um museu.

Não sei ler nem escrever
quem me dera este dom ter.
Na ciência do saber
sou entendido em viver.

No fundo gosto de mim
do meu jeito assim
pra vida digo sempre sim
até que chegue meu fim.

A verdade que sou um sonhador
sonho um dia ser cantor.
Minha canção será só de amor,
para livrar os outros da dor.

Uma coisa é verdade
não somos eternidade,
temos um limite de idade
a morte é uma realidade.

Já andei do sul ao norte
se na vida não dei sorte
resta garantir meu passaporte
para o céu, viajarei após a morte.

gil 13/01/92

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